Se existe uma coisa que não vai voltar ao “antigo regime” é a educação, principalmente a educação superior. Se existem empecilhos subjetivos para que a educação básica, por exemplo, não consiga ser totalmente conectada, esse argumento funciona muito pouco ao ensino superior.
Primeiro porque a carga horária teórica dos cursos superiores é muito grande. Há uma cultura de teoria que demorará a ser alterada. Segundo porque essa carga horária teoria dispensa a relação direta entre professor e estudante. Terceiro porque essa relação direta, quando necessária, pode ser mediada por tecnologias capazes de colocar toda uma turma de estudantes frente à frente, olho a olho, literalmente, com um professor, pouco importando que estejam em locais diversos. Quarto porque as ferramentas de tecnologia e comunicação são mais rápidas, responsivas e úteis que a maioria dos métodos de ensino, ainda arcaicos. Quinto porque professores, ainda os mais resistentes, conseguem melhores desempenhos nas aulas conectadas, bastando uma simples e prévia organização.
Mesmo aqueles professores que não improvisam veem nas ferramentas de tecnologia a oportunidade de convidar palestrantes que se encontram em locais distantes para ministrar temas específicos, trazer vídeos postados na internet sobre assunto tratado em sala de aula, fazer quizzes com os estudantes, interagirem com gameficações, direcionar toda a classe para trabalhos acadêmicos profundos, postar materiais e mais uma infinidade de coisas que as aulas tradicionais não permitiam fazer. Não que o professor deva se transformar num Youtuber, mas ele tem uma oportunidade incrível de divulgar seu conhecimento pelas redes sociais e ver a beleza transformadora de suas ações.
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João Claudio Carneiro de Carvalho. Prof. Dr.